Sinopse: Nesta instigante poética sobre o ser se encena a densidade abissal da
experiência, assim como as matizações intensivas do corpo, de forma que
personagem se pluraliza e se desdobra ao infinito, pois o ser se declina
na reflexividade e se conjuga como processo. Dai o antinaturalismo
radical que perpassa esta narrativa apaixonante, pela qual o sujeito se
enuncia na multiplicidade do devir, modulando que é pelos acordes
sublimes de Fernando Pessoa. - Joel Birman
Impressões: Em O
Ser-se somos apresentados a uma narradora sem nome, ou melhor dizendo a X. Ela
narra a história e nos envolve em uma melancólica conversa sobre conhecer a si
mesmo, descobrir-se e aprender a se amar. Traída pelo homem desconhecido, X
está em busca para “ser-se” e nessa busca ela relata todos os seus pensamentos
e sentimentos em sua caderneta. A história se passa no Rio de Janeiro e em
Lisboa (Portugal). X vai a Portugal para se libertar um pouco e se descobrir e
só assim poder voltar para o homem desconhecido, depois ela retorna outras
vezes a Lisboa, porém com a companhia de Y (o homem desconhecido, também
conhecido como o homem do cavanhaque e Hermann).
A
história é bastante melancólica, na maior parte do tempo a personagem está
triste e passamos boa parte do livro ansiando pela felicidade de X, felicidade
esta que ao meu ver ela só consegue viver quando está em Lisboa.
Apesar
de muitas vezes o livro se tornar tedioso devido a melancolia constante de X,
não há como para de lê-lo por esperar que esta seja feliz. O livro possuí
pouquíssimas falas, mas X está constantemente conversando com o leitor, como se
este fosse um amigo. O livro faz com que reflitamos um pouco sobre a vida e dá
para se identificar com muitas coisas ditas por X sobre a vida, sobre nós mesmo
e sobre o amor.
A
capa do livro não me agradou muito, achei ela muito escura e apesar da história
ser obscura, não achei nenhuma ligação da ilustração da capa com a história. O
interior do livro me agradou muito, mas senti falta de uma sinopse melhor e
mais descritiva na contracapa.